quarta-feira, junho 30, 2010

Vida?

A vida é apenas e simplesmente o inicio da morte eterna,pois é nela que matamos a pura existência do nosso ser...é quando aos poucos sentimos o calor do inferno... é quando aos poucos compreendemos que tudo terá um fim...

e quando aos pedaços está a alma que nos prende a este mundo, a morte vem nos agraciar com o fim do sofrimento de viver.

Este é o ciclo que chamamos de vida, este é o sistema que eu não compreendo...

06.05.2010

Perdido

Talvez isso passe, talvez depois de tudo eu acorde e descubra que não passou de um sonho...Um terrível sonho sem um final feliz. Pergunto-me varias vezes... o que ainda faço aqui? Se há um propósito.Queria eu saber, pois, agora, vejo apenas um deserto sem fim, uma vida sem nenhum objetivo, simplesmente perdido...

Talvez fosse mesmo mais fácil acordar e deixar tudo ter um fim; se isso for possível, queria acordar chorando e ser acalmando aos braços quentes e maternos.... seria um recomeço, seria a minha esperança de uma vida melhor.


06.05.2010


sábado, junho 26, 2010

Tenho nada.

Podemos ver o mesmo céu, ainda que estejamos em lugares diferentes.
Isso me conforta. 
Me faz crer que ainda posso sentir como é estar contigo, como é te ter 
por completo.
De como é sentir o calor do seu corpo junto ao meu, me envolvendo
me excitando, me conquistando, me conhecendo a fundo.
Me faz crer que ainda posso sentir como é ficar perdida em teus lábios,
em teus braços e achar-me em teu coração.
Mas, infelizmente, tudo isso não me conforma.
Imaginação não basta.
Se não tenho você, tenho nada.

terça-feira, junho 22, 2010

China, 1974

  Era um dia chuvoso.
  Fazia exatamente quatro anos que a lei havia sido decretada. A crueldade tomava conta do país. Muitas mães desatavam a chorar e a vida tornava-se, então, fria e triste como a chuva que caía naquele dia.
  Hoashi era uma dessas mães tristes que choravam noite e dia, sem parar, por conta de suas filhas assassinadas ou abandonadas por si mesmas.
  Há três anos, seu marido havia obrigado-a a abortar sua cria, que estava crescendo em seu ventre. Era uma menina, sendo assim ele não queria. Desejava um menino forte e sadio para ajudar no trabalho de sustento da casa.
  Segundo a lei, eles poderiam ter apenas um bebê. Deste modo, a menina seria imprestável.
O que ele não sabia era que Hoashi não havia tirado sua filha.
  Quando este descobriu, expulsou-a de casa. Ela foi para casa de seus pais em busca de refúgio, que a receberam prontamente.
  O tempo foi passando e chegou o dia em que Hoashi teve o seu bebê. Era uma linda menina, porém conforme o seu crescimento notaram que ela era cega.
  Por obra do destino, Hoashi encontrou com o seu marido no mercado, onde conversaram.
Contou a ele o que havia ocorrido neste tempo em que estavam separados. Foi aí que se encheu de razão e começou a proclamar que ele tinha avisado a desgraça que seria ter essa criança.
  Ele propôs, então, que ela se livrasse da pequena e voltasse para ele. Assim, eles tentariam novamente e certamente o filho tão esperado chegaria.
  Hoje, Hoashi está com o seu marido e seu filho.Ela optou por abandonar sua frágil menina.
  Chora todos os dias. Lamenta toda à noite, em silêncio, amargurada com a sua culpa de não ter sido uma boa mãe para aquela menina.
   O que ela não imaginava, era que aquela pobre menina havia sido levada para o Brasil e lá estava sendo criada por um grupo de marginais para, mais tarde, ser prostituta.

segunda-feira, junho 14, 2010

Correio.

Eu nunca havia dito
Que você era a única razão
Para eu estar sentada aqui,
exatamente uma hora,
Esperando o correio chegar
Com notícias suas.

Mas estou aprendendo que não posso esperar
Muita coisa de você,
Mesmo que você seja o motivo
Que me faz querer viver.

Eu sei que você não tem
A intenção de me machucar
Mas sem querer,
Uma hora ou outra,
Eu sei que vai acontecer.

Porém, antes que vá embora,
Eu preciso dizer que sentirei saudades
Dos rápidos momentos
Que me fizeste feliz
Fazendo–me esperar pelo correio
No fim de tarde,
Com a xícara de café nas mãos.

terça-feira, junho 08, 2010

Barranco.

Tentando buscar um caminho, ela achava que podia ler os pensamentos dele. Inutilmente, achava que podia saber o que ele estava sentindo, mas o que ela não achava era que ele era imprevisível e ela, nada sabia.
Os dias passaram, ela sentiu o gelo que os envolvia, afastando-os. Seu coração aos poucos congelava e ela queria chorar. Ela queria que ele falasse "até amanhã", mas não ganhava nada mais do que costas grandes, largas e duras como o coração que bate forte em seu interior.
E sim, depois de tanto esforço, as lágrimas rolaram. Sentiu-se melhor, mas essa sensação durou pouco.

Queria ela, então, que o mundo acabasse em barranco de preferência, para morrer encostada.

domingo, junho 06, 2010

Dia a dia.

Ela se sentiu apunhalada pelas costas depois daquelas míseras palavras ditas por ele.
Afastou-se.
Então ele pareceu não se importar com a sua ausência.
No início julgava-se a dona da razão, mas depois percebeu o que na verdade havia dentro de suas razões: Ignorância. 
Agia como uma criança birrenta.
Apesar de ele ter começado a discussão com suas idiotices momentâneas, ela sabia que havia sido bastante infantil. Depois dessa percepção, achou que era tarde de mais para sentar e conversar.
Então ela teve medo. Medo de que ele não se importasse com sua presença, que a esquecesse.
Ela não poderia suportar isto.